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FENDER
MARY KAYE
O que faz com que colecionadores e aficionados de todo mundo paguem
uma verdadeira fortuna por um exemplar como este? É isto
que você vai ver nesta edição...
Dentro
da seqüência de artigos abordando a história
de grandes instrumentos antigos, gostaria de abrir um
pequeno parêntese para uma variação
que houve nas Fender Stratocaster no período 1954-1959.
Oficialmente, a Fender Musical Instruments anunciou em
fevereiro de 1957 uma versão de luxe da Stratocaster,
com o acabamento do corpo em Blonde e com todas as partes
metálicas banhadas a ouro 14 quilates, mais o tradicional
case de tweed, com um custo - na época - de apenas
U$ 330,00 (no List Price). Todo o restante continuaria
igual ao que estava presente desde a sua introdução,
em meados de 1954 (pequenas variações aconteceram,
como as delicadas peças de bakelite, que foram
trocadas por outro material mais resistente, mas que seriam
difíceis de identificar em um catálogo).
A beleza e combinação primorosa destes detalhes
é que me faz abrir mais um capítulo na história
desse magnifico instrumento.
Até os dias de hoje, me sinto dividido entre a
Fender Stratocaster dos anos 50: as Two - Tone Sunburst
e a famosa Fender Stratocaster Blonde , apelidada e conhecida
entre colecionadores e aficionados por Mary Kaye Stratocaster.
Mas quem era Mary Kaye? Eu particularmente achava que
a tal Mary Kaye fosse uma bela garota loira como as dos
filmes de Hollywood, até ver uma revista especializada
em instrumentos vintage onde ela aparece na capa de um
LP homônimo com uma outra guitarra raríssima,
chamada D'Angélico (vide foto acima).
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Bem,
mas como se explica essa conexão?
A história é a seguinte: uma pessoa
encarregada de promover as guitarras Fender, chamada
Dan Smith, levou um exemplar da guitarra até
o Paramount Studios, onde Mary estava filmando,
e pediu que ela posasse com o instrumento para algumas
fotos que foram publicadas no catálogo da
Fender de 1957 (outro item raríssimo ), juntamente
com a de outros artistas. A partir daí, os
músicos começaram a chamar esse modelo
de Fender Mary Kaye Stratocaster, fazendo referencias
a foto do catálogo.Depois disso, entre qualquer
conhecedor, seja um entusiasta por vintage, um colecionador
ou um dealer (lojista especializado), ela é
conhecida por esta denominação, apesar
de poucos conhecerem algo sobre a vida de Mary Kaye.
Senti-me obrigado a pesquisar um pouco mais sobre
ela, e descobri que na verdade, ela era descendente
de havaianos, nasceu em Detroit em 1924, mudando-se
para St. Louis onde cresceu... Mas o que realmente
isso importa? O mais absurdo é que ela nunca
teve uma Fender Mary Kaye!!! Da para acreditar?
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Para quem é realmente alucinado por Fender
Stratocaster, as fotos que o Vintage Guitar Brasil
preparou para vocês neste mês falam por
si e justificam a fama da Mary Kaye. Com relação
ao acabamento, existe um detalhe importante; ele era
comumente usado também na Fender Telecaster,
e, portanto não havia nenhuma dificuldade em
pintar as Strat da mesma maneira (assim como o inverso
, as Telecasters também foram pintadas de Sunburst
Two Tone , modelos estes que também acabaram
se tornando verdadeiras raridades ). Este tipo de
variação de cor - não chegava
a ser uma Custom Color - era feito mediante um pedido
e um adicional de 5% ao valor do instrumento.
Como já disse anteriormente, esta variação
foi feita originalmente em 1957, mais isso não
quer dizer que não houvesse protótipos
com este tipo de acabamento antes dessa data (como
é o caso da primeiríssima Fender Stratocaster,
com a famosa placa de metal com o número 0001,
cujo atual dono é o guitarrista do Pink Floyd,
David Gilmour). Neste modelo aqui, existem algumas
diferencias estéticas como partes metálicas
niqueladas e escudo de metal anodizado em dourado
(que eu particularmente aprecio demais). Esses dois
detalhes diferem da guitarra que aparecia com Mary
no catálogo.
Com
isso, acredito ter-lhes oferecido as principais informações
sobre esta variação das Fender Stratocaster.
Para quem quiser realmente se aprofundar no assunto,
o ideal é que procure em livros especializados,
ou entre em contato conosco do Vintage Guitar.
Um abraço e até a próxima!
Marcus Rampazzo
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