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Dick Dale

Dale em 1964

Ele atende por "The King of Surf Guitar". É considerado o vovô do Heavy Metal. É um dos guitarrístas mais rápidos da história e ninguém, ninguém toca mais alto do que este respeitavel sexagenário.
Além do acima citado, Dick Dale, é também o indireto responsável pela existência dos cabeçotes de 100 Watts RMS e pela presença de uma unidade de reverb neles. E nada disso seria possível sem a fúria do que se conhece por "The Beast", a one-of-a-kind Stratocaster dourada de Dick Dale.

The Man

Graças ao gosto 'alternativo' de Quentin Tarantino, o nome de Dick Dale volta às luzes.
Quando Pulp Fiction foi lançado, o mundo perfeito de Hollywood deu uma balançada.
O filme era definitivamente diferente, alternativo, de estilo forte, fora do padrão, moderno etc. . . mas o público adorou. E não há um que se lembre do filme e automáticamente não se lembre de seu 'tema principal'. Aquela 'porrada' que abre o filme funciona como uma síntese do espírito geral de toda a história. Uma música cheia de atitude, adrenalina, violência, perigo, ansiedade. A trilha sonora da vida moderna. O único problema é que aquela música, Misirlou, foi gravada em 1962. Ao vivo no estúdio, com uma Fender Stratocaster e um Showman no 10.

A réplica da Fender

Ainda que o mundo tenha tido que esperar os anos 90 para ouvir Misirlou, Dick Dale vem sendo respeitado como um mestre há muito mais tempo.
Dale criou a Surf Music nos anos 50. Tocava por farra, para sua turma de surfistas. Logo o ritmo tribal contagiante de sua música passou a atraír gente de 'outras praias'.
A visível mania que se dava com mais de 400 pessoas se apertando no Rendezvous Ballroom na cidade de Balboa/Califórnia, passou a chamar a atenção. Eis que entra em cena Leo Fender.
Leo, impressionado com o sucesso do jovem guitarrista, pediu que o garoto experimentasse uma de sua novas guitarras, a Stratocaster. Um amplificador Fender também foi no pacote.
Dick aceitou a guitarra, virou-a de ponta cabeça e sem inverter a ordem das cordas tirou daquele instrumento um som que nunca ninguém havia escutado antes.
Foi para o palco e da primeira noite em diante estourou nada menos do que 49 amplificadores Fender com seus respectivos falantes. Dale, em contato permanente com Leo Fender, explicou ao amigo 'patrocinador' que seus amplificadores não estavam dando conta. Ele precisava de algo que lhe permitisse mais volume, pois no Ballroom, se a guitarra não estivesse bem alta, - '. . . o pessoal lá de trás não escuta.'
Leo Fender e Freddy T. resolveram ir até o Ballroom uma noite para ver o que acontecia, e no momento em que o show começou eles logo entenderam o que Dick Dale precisava.


Onstage 2002

Pouco tempo depois, Leo Fender entregou ao jovem Dale um amplificador que trazia um transformador de 85 watts de saída, que alcançava um pico de 100 watts. O Showman. Dale e Fender foram até James B. Lansing da James B. Lansing Speaker Company e encomendaram um falante de 15 polegadas, Este falante acabou ficando conhecido mais tarde como 15'' JBL -D130 speaker .
O falante não aguentou muito tempo e eles voltaram a oficina de J.B.Lansing e pediram que ele emborrachasse o cume frontal do falante, permitindo que o mesmo se deslocasse para frente e para trás de acordo com o sinal da guitarra de Dale, eliminando assim os ruídos e distorções provocadas pela trepidação do falante. O novo modelo foi batizado JBL D-130F,
com F de Fender.

Bill

Com o novo falante, Leo resolveu que a solução seria uma caixa com 2 15'' JBL D-130F, e não satisfeito desenvolveu um transformador de 100 watts e agora chegava a um pico de inacreditáveis 180 watts. Este era o Dual-Showman Piggy Back Amp. O primeiro de uma espécie.

The Fender Tank Reverb

Dick Dale costumava cantar em suas apresentações e vinha usando uma unidade de reverberação desenvolvida por Fender para esse propósito.
Um belo dia, Dick resolveu plugar a Strato nessa unidade, o Fender Tank Reverb, e descobriu a América. - '. . .O som do mar !!!'
Desta forma, Dale achou o seu som. E o reverb de mola passou a fazer parte do seu timbre, por assim dizer.
O próximo passo de Leo Fender foi acoplar uma unidade de reverb no cabeçote do Dual-Showman. Novamente, o primeiro de uma espécie.

The Beast

The Beast e os JBL's-backstage

Mas não podemos esquecer o fundamental. A guitarra. Ou melhor, The Beast.
Dick Dale, obstinado pela potência do seu som, adotou a Fender Stratocaster como sua guitarra principal, mas logo percebeu que precisava de algo mais robusto, mais forte.
Apaixonado pelo timbre de sua guitarra e em profunda fidelidade a seu amigo Leo Fender, Dick nem pensava em troca de instrumento. Dai passou a aumentar a tensão das cordas.
De 0.10 foi para 0.11, 0.12, 0.13 e logo a bela Stratocaster dourada voltou para as sábias mãos de Leo Fender, que teve que reforçar o braço do instrumento para que o mesmo pudesse suportar uma tensão de .016, .018, .020, .038, .048, .058 .
Outras diferenças fundamentais da guitarra é um switch 'tipo Gibson' para a mudança rápida de captadores e um controle de volume, apenas.
A guitarra tem um selo colado atrás da ponte, um tigre chinês ou coisa parecida, presente de Elvis Presley.
Para os mais entusiamados, a Fender lançou uma réplica cosméticamamente exata do modelo original de Dale. Lógicamente, a guitarra vem de fábrica encordoada em 0.9.

The King & The Beast


Nota: Dick Dale jamais usou outro equipamento senão a The Beast e seu Dual-Showman, ambos confeccionados pelas próprias mão de Leo Fender.

Este homem criou a Surf Music. Diz a lenda, e ele confirma, que deu aulas de guitarra para Jimmy Hendrix. Foi homenageado por Hendrix em Third Stone From The Sun. Nos anos 60 foi desenganado pelos médicos devido a um câncer, se curou e está aqui.
E quando Dick Dale sobe no palco, aos 63 anos de idade, o show do Sepultura vira caixinha de música.
O homem toca alto, e toca muito.

long life to The King !!

Não deixe de ouvir:

'Nitrus' e 'Bandito' do álbum Calling Up Spirits de 1996. 'Maria Elena', 'Hava Nagila', ' (Ghost) Riders in the Sky e 'Mexico' do álbum Unknown Territory de 1993.

Have Fun !!!

Alexandre H. Calamari

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